É a posição de alguns formadores de opinião que qualquer estilo de canção musical, desde que contenha um texto sacro, é utilizável no ambiente de adoração. Os meios de comunicação em massa condicionaram tão completamente o público com uma dieta de ritmos rock que qualquer coisa que não seja isto parece ser insípido e tedioso para muitos. Uma obsessão em vestir toda música evangelística com algum tipo de batida de rock prece ter surgido entre muitos dos músicos gospel de hoje. Músicos entre nós estão tomando estilos desenvolvidos pelo mundo e, muito freqüentemente, os ritmos rock do salão de dança têm se tornado a música da igreja - tudo feito em nome da comunicação - para alcançar as pessoas aonde elas estão.
Um escritor notou, há muitos anos atrás: "Tem havido uma mania considerável pela 'música jazz gospel' nas igrejas do país durante os últimos anos. Em muitos aspectos esta é uma coisa má. Se não tem outros efeitos, coloca a igreja em comunhão com uma música barata e sem arte. O fator importante na questão é que o mal é maior do que isto, porque a música barata parece aliar-se naturalmente com textos banais, com pensamentos displicentes e inconseqüentes, se não absolutamente triviais e sentimentais."
A maior parte da música popular de hoje é, por definição, rock. Basicamente, rock é uma forma musical repetitiva, impulsionada pelo ritmo, que exerce muito do seu poder pela acentuação dos pulsos secundários da música, em vez dos pulsos primários. Esta característica não é limitada apenas ao rock "pesado". Muito do rock "leve" e da música popular "fácil de ouvir" se encaixa nesta definição. Altos níveis de volume - freqüentemente excedendo os cem decibéis - é outra característica da música rock e fonte de seu poder.
Baterias, guitarras elétricas, sintetizadores e elaborados sistemas de amplificação, que intensificam grandemente o efeito rítmico e o volume da música, estão fazendo incursões dramáticas na adoração cristã, assim como as fitas de acompanhamento produzidas comercialmente, muitas das quais estão no idioma do rock. Uma forte experiência "tocante" física/emocional pode ser criada através de ritmos repetitivos e efeitos orquestrais cuidadosamente calculados. Irwin Sonefield escreve: "Por algum tempo, o uso de um poder massivo através da tecnologia eletrônica tem desempenhado um papel importante na música popular. Instrumentos elétricos, juntamente com amplificação, manipulação e síntese estão, quase que inevitavelmente associados com novos sons. Estes são mais do que ferramentas; são fatores controladores. Eles determinam a natureza da música e seus efeitos. O poder da alta potência e dos decibéis é adorado por si mesmo e também por causa das intensas experiências físicas e psíquicas que podem ser evocadas. É uma aliança humana com, e uma submissão a, um poder tecnológico sobre-humano, através do qual as sensações de dor e êxtase se tornam misticamente unidas."
William Schaefer observou, "O que é inegável a respeito da música rock é seu poder hipnótico. Ele tem alcançado milhões de jovens eo redor do mundo e transformado suas vidas."
Obviamente, então, qualquer uso de música popular do tipo rock na adoração de Deus requer pelo menos um alto grau de discernimento. Uma resposta emocional ou física nunca deve ser confundida com uma resposta espiritual. Poderia ser que a confusão de um clímax espiritual com um clímax emocional seja um aspecto da falsa chuva serôdia? Poderia isto ocorrer hoje, dentro de igrejas adventistas que buscam promover esta nova música na sua adoração? A criação de respostas físicas / emocionais é um dos resultados naturais da música rock contemporânea. Embora seja fácil vermos os perigos potenciais em utilizarmos estes estilos na música da igreja, apesar disso, todo um novo estilo musical se desenvolveu, muito do qual contém todos os elementos do rock secular. Tal música costumava ser chamada de "rock cristão", mas a mídia deu a ela um novo rótulo: "Música Cristã Contemporânea", que pode dar a ela uma aceitação e uso ainda maior nas igrejas. Ela tem sido parte da adoração carismática por muito tempo, e está agora ingressando na adoração adventista entre congregações que tem adotado alguma forma de estilo de adoração mais "informal".
Uma questão paralela a esta do estilo rock / popular e do emocionalismo é a da teatralidade. Muitos músicos descobrem que muito da música religiosa contemporânea evoca uma interpretação teatral ao estilo Broadway, tanto fisicamente quanto vocalmente. As religiões pentecostais de hoje tem sido as líderes na promoção deste tipo de apresentação musical física / emocional / teatral, e parece que os adventistas também estão se tornando cada vez mais curiosos a respeito dela.Pode-se perguntar quem é o objeto de atenção neste tipo de adoração - Deus ou o músico? Note esta advertência de Ellen White: "Nenhum jota ou til de qualquer coisa teatral deve aparecer em nossa obra. A causa de Deus deve ter molde sagrado e celestial. Que tudo o que esteja ligado ao dar a mensagem para este tempo tenha a impressão divina. Não permitais que haja qualquer coisa de natureza teatral, pois isto prejudicaria a santidade da obra."
Muitos tentam justificar este meio popular apontando o seu aparente sucesso. O que se pode dizer quando uma atitude ou um programa tem ampla popularidade a apoio, e Aida assim, parece estar em aberta violação aos princípios? Ellen White oferece novamente um ponto de vista valioso: "Caso abaixeis a norma a fim de conseguir popularidade e maior número, fazendo desse acréscimo objeto de satisfação, mostrais com isso grande cegueira. Fossem os números indício de êxito, Satanás poderia reclamar a preeminência; pois, neste mundo, os que o seguem constituem a grande maioria. É o grau de força moral de que o colégio se acha possuído, a prova de sua prosperidade. A virtude, inteligência e piedade do povo que compõe nossa igreja, deveriam ser causa de alegria e gratidão, não seu número."
Nunca devemos "rebaixar o nível da verdade, a fim de obter conversões, mas precisamos elevar o pecador corrupto à alta norma da lei de Deus." 11 Jó pergunta: "Quem do imundo tirará o puro? Ninguém." (14:4); e o sábio acrescenta, em Provérbios 6:28: "Ou andará sobre as brasas sem que se queimem os seus pés?"
Um evangelista importante descobriu que quando ele mudou para a música folk-rock em suas reuniões o número de decisões cresceu fortemente. Mais tarde ele descobriu que a porcentagem daqueles que completavam seu programa de continuidade tinha caído dos antigos vinte por cento para menos de um por cento. 12 Ex-músicos de rock que se tornaram cristãos deixam claro que não é possível qualquer comprometimento com esta música, e que a total abstinência é a única forma. A natureza do som é tão certamente "carnal" e parte do "mundo" que ela deve ser eliminada completamente da vida. Podem os cristãos adventistas apoiar o que outros descobriram ser anti-espiritual?
A inspiração é clara em dizer que existe música aceitável e não aceitável no louvor. Quando estava descendo do monte Sinai depois de ter recebido a lei de Deus, Josué pensou que ouvia sons de guerra. Os "sons de guerra" vieram a ser os sons dos cânticos de adoração ao bezerro de ouro - um culto que tinha sido proclamado como um dia de festa para o Senhor. Nos dias de Daniel, uma "orquestra babilônica" influenciou na criação da atmosfera para a adoração da imagem de Nabucodonosor. O profeta Amós retrata um dia em que Deus diz ao Seu povo "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras" (5:23).
a virada do século passado, Ellen White retrata e condena um tipo de música de adoração em Indiana e declara que isto seria repetido pouco antes da terminação da graça. Sua avaliação da apresentação musical é revelador: "É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em Janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas."
Finalmente, note esta alarmante profecia: "Essas coisas que aconteceram no passado hão de acontecer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida."
Talvez uma revisão dos métodos de Satanás seja útil neste ponto: "Satanás operará com seu poder de engano para influenciar o coração e obscurecer o entendimento, para fazer com que o mal pareça bem e o bem, mal."
Nos anos recentes muitos novos hinários têm sido publicados, e na maior parte dos casos, os hinos que estão neles contém uma mudança na ênfase. Parece que muitas denominações sentem que têm perdido algo mais profundo, devido ao seu uso limitado dos grandes hinos da igreja.
Nestes novos hinários, portanto, vemos uma mudança no sentido de voltar aos grandes hinos da igreja. Enquanto muitos adventistas procuram corinhos simples, informais e para sons contemporâneos, outros cristãos que experimentaram estes sons estão aparentemente procurando por algo mais substancial.